terça-feira, 19 de julho de 2011

PENA DE TINTA



A pena sacia-se
Em somente deslizar
Configurando os versos
Sem ostentação,
peregrina
Formando frases
que nem imagina

Acariciando laudas
No vai e vem
de sua tinta
Inevitável elegância
Sem perder o ritmo,
garboso de sua dança.

Pena,
que já foi testemunha
de importantes assinaturas,
cartas de amor,
ancestral poesia,...
No sagaz intento
De sua grafia.

Alforriada,
com carinho.
Cumprida sua meta.
Transveste-se na eternidade.
Ao punho do poeta.

Mônica Pamplona.



domingo, 17 de julho de 2011

CADERNO ABERTO


Quantas não foram às vezes
Que com tamanha inspiração
Corria ao meu caderno de anotações
Expressando sentimentos, desabafos,...
Particular maneira de extravasar emoções

Linhas preciosas e pessoais
Arquivadas sem nenhum conhecimento
Minhas mais profundas impressões digitais
Reservadas em emotivas páginas
Quando em criança/adolescente,
 ainda sem descobrir-me mulher.

Meros rascunhos ornamentados
Onde o meu silêncio falava
Detinha naquelas folhas de pauta
Meus sonhos, em tão puro pensamento,
Carregado de sentimentos especiais

Ora tudo fluía,
Em uma viagem ao encanto da nostalgia
Quando aquele caderno se abria
Ora mesmo fechado
Em seu coração, na capa, que batia
Sem poupar reflexo do anseio que eu sentia
 Mesmo em saudade,
ainda hoje é meu palco
Da minha mais pura e sincera poesia.

Mônica Pamplona.


domingo, 10 de julho de 2011

PESADELO


PESADELO

Rastejo, seguindo teus passos sem direção
Feito sombra, nas escuras ruelas carentes de luz
Desvio teus caminhos para a contra mão
Que na madrugada mal fadada, teu sonho conduz

Povôo tua doentia mente em total descrença
Aniquilando toda, e qualquer sensatez
Induzo-te nesse inferno sem pedir licença
Permitindo que quando despertes, sintas que foi total lucidez

Tentaras a introspecção da consciência que te falta
Adentraras nessa ilusão sinistra onde, /pensas que/ sem causa
Estarei, à surdina, sempre em volta de tua companhia

Aterrorizando nas trevas, tuas noites em desmazelo
Pelo teu egoísmo, inescrupuloso em demasia
Latejando feito remorso, sendo eu, teu eterno pesadelo.

Mônica Pamplona.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

RENEGADA PAIXÃO



Quando envolvido pela solidão
Saires em busca de amores desconhecidos
E tuas mãos desfilarem em fúteis corpos
Não espera sentir o mesmo regozijo
Que me proporcionavas.
Em agora, teus desesperos novos.

Tua boca pousará em outros beijos
/Talvez/
Buscando o sabor dos lábios meus
Ouvirás frios sussurros, de um outro alguém
Desdenhando tuas carícias
Interpretadas por ninguém

E tentando saciar teu desejo
Atropelas esse instante de entrega
 Em desvario, pronunciando o nome meu
E até nesse momento
Estarei presente nos pensamentos teus

Aturdido, revolverás um passado
Apinhado de verdadeiras emoções
No habitat de teu peito
Onde, outrora, o nosso amor viveu
Quando descartado
Pelos tributos de tuas fantasias
De uma história vivida
Entre você e eu.



Mônica Pamplona.